segunda-feira, 19 de outubro de 2009

STC MIGRAÇÔES PORTUGUESAS


Com algum rigor qual foi o volume das saídas e quais foram as
principais regiões de origem e de destino dos fluxos migratórios nacionais.
A informação estatística disponível sobre a evolução quantitativa da emigração
portuguesa no século xx, pode
ser assim sintetizada: entre 1900 e 1988 emigraram de Portugal, aproximadamente,
3,5 milhões de pessoas, 25% das quais o fizeram ilegalmente. O maior número
de saídas registou-se depois de 1950, correspondendo a emigração registada
entre 1950 e 1988 a 61% do total verificado ao longo de todo o período.
O fluxo migratório foi particularmente intenso entre 1966 e 1973, altura em que
se verificaram 48% do total das saídas.
Durante este período distinguem-se claramente dois ciclos migratórios.
O primeiro é transatlântico, iniciara-se em meados do século passado, irá até aos
anos 50; o segundo é intra-europeu e vai dos anos 60 a finais dos anos 70. No
total das partidas verificadas até 1960 mais de 80% dirigiram-se para as
Américas, sendo o fluxo migratório para o Brasil sempre o mais volumoso6,
superior a 80% até 1949 e de 68% na década de 50. No cômputo total, entre
1950 e 1988, 59% do fluxo migratório nacional dirigiram-se para a França e para
a Alemanha, enquanto 30% se orientaram para o Brasil, os Estados Unidos e o
Canadá (Baganha, 1990 e 1994). Emigrou-se de todas as regiões de Portugal.
Até à Segunda Guerra Mundial as províncias
do Minho, Beira Alta e Trás-os-Montes foram, conjuntamente com os
Açores e a Madeira, os grandes centros de abastecimento da emigração portuguesa7.
Depois da guerra, os tradicionais pólos de irradiação mantêm-se, mas o
seu peso relativo diluiu-se, dada a forte participação que outros distritos, nomeadamente
os distritos de Lisboa e Leiria, tiveram no cômputo total das saídas8.
Conhecemos, como referi, com algum rigor qual foi o volume das saídas e
quais foram as principais regiões de origem e de destino dos fluxos migratórios
nacionais, mas o nosso conhecimento sobre quem partiu é bem mais frágil.
Sabemos, por exemplo, que, até aos anos 30, o emigrante português típico para
os Estados Unidos era do sexo masculino, solteiro, tinha entre 16 e 29 anos de
idade e não possuía qualquer qualificação específica.

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